terça-feira, 29 de novembro de 2011

Uma Aventura no Oceanário








Foi um passeio maravilhoso! Os meninos daquela escola andavam animadíssimos com a ideia de dar um “saltinho” até ao Oceanário, desde o início da semana e, verdade seja dita, assim que se começaram a discutir os planos para a fabulosa viagem, parecia que os dias nunca mais queriam passar!
Mas a pouco e pouco, crianças e professores lá foram gizando as melhores estratégias para o dia da grande aventura, com muito cuidado e atenção, porque era fundamental que tudo decorresse da melhor maneira possível e que ninguém se magoasse. É que aquele teria que ser um dia inesquecível e portanto, todos teriam de fazer um grande esforço para que mais tarde, ele pudesse ser lembrado com muita alegria e saudade!
E finalmente, a tão desejada data chegou! A joaninha, naquela noite, mal tinha conseguido pregar olho. Por isso, quando a mãe a foi chamar para levantar-se, ela deu um pulo e saltou cheia de energia da cama, o que nela era coisa pouco habitual!
Sem demoras nem hesitações, foi logo tratar da sua higiene diária, de vestir-se e pentear-se e nem foi preciso apressá-la para tomar o pequeno-almoço. No caminho em direcção à escola, perguntou pela terceira vez, as horas à mãe, porque todas as crianças tinham que estar sem falta, de manhãzinha bem cedo no portão da entrada.
Claro que naqela manhã, a mãe da Joaninha não teve outro remédio senão o de sair de casa com uma antecedência maior do que a habitual, para chegarem à escola, pois a menina não se cansava de a apressar e de lhe mostrar o seu desejo de chegar quanto antes.
Como era de prever, chegaram muito antes da hora marcada para que todas as crianças e seus respectivos professores se reunissem, para depois embarcarem no autocarro que as conduziria em direcção ao aeroporto, onde deveriam apanhar um avião que iria riscar os céus em direcção a Lisboa.
A alegria, as correrias e o entusiasmo eram gerais. Até o Sol veio encher de luz e de cor o dia escolhido para a feliz missão especial, rumo ao Parque das Nações, mais especificamente em direcção ao oceanário e às suas surpresas e maravilhas!
Após a entrada de todos no autocarro, chamou-se pelo nome de cada uma das crianças inscritas na lista de participantes, agradeceu-se em voz alta a quem de direito (o Presidente da Câmara Municipal e aos seus Vereadores) e a todas as outras pessoas e entidades que voluntariamente colaboraram na realização dessa iniciativa. Depois de mais algumas recomendações importantes, lá se deu início à agradável e interessante viagem. O percurso fez-se bem e sem quaisquer sobressaltos.
Ao chegar ao aeroporto A satisfação era geral e todas as crianças se sentiam muito entusiasmadas, por irem andar de avião pela primeira vez. Entre risos e brincadeiras, todos foram ordeiramente ocupando os seus lugares e, uns com ajuda, outros sem ela, lá trataram de colocar os cintos de segurança como mandam as boas regras de vôo e, quando mal deram por isso, já tinham percorrido os muitos quilómetros que os separavam da cidade de Olíssipo que os aguardava de “braços abertos”!
Depois de uma refeição ligeira, “só para enganar a fome”, la foram os vários grupos de meninos e meninas, acompanhados pelos respectivos professores e auxiliares, tal como lhes tinha sido pedido no início da caminhada, até à porta do Oceanário.
Após terem transposto à entrada principal, não haviam olhos que chegassem para apreciar e abarcar tanta beleza junta. Eles eram pinguins, tubarões brancos, peixes trombeteiros, polvos, raias, moreias e tantos, tantos outros animais aquáticos, selvagens, voadores e terrestres que era preciso quase um caderno inteiro, para apontarem com exactidão o monte de coisas bonitas que nesse dia, tiveram oportunidade de ver e de apreciar!
Para que o cansaço não atacasse antes do previsto, lá se iam fazendo umas pausas aqui, ali e mais além para que todas as crianças pudessem apreciar com agrado e atenção, as lindas maravilhas que a Mãe Natureza tem para oferecer a todos aqueles que estiverem dispostos a parar e a olhá-la com um pouco mais de cuidado, de amor e de carinho! E, foi nesse clima de aventura e descoberta que, lentamente todos foram percorrendo aquele espaço tão acolhedor e apreciando de vários ângulos as condições de vida marinha e não só, existentes nos diferentes oceanos que banham os quatro cantos do mundo, desta encantadora Bola Azul em que vivemos.
Mas, o entusiasmo não terminou com a saída do Oceanário, pois cá fora, aguardavam-nas o bonito rio Tejo que reflectia delicada e deliciosamente os lindos raios do Astro Rei, enquanto corria serenamente em direcção ao mar. Não muito longe dele, haviam vários locais cheios de sombras frondosas, com diversas mesas e banquinhos de pedra que convidavam a um bocadinho de repouso e a um lanchezinho ao ar livre.
Enquanto todos matavam a fome em alegres piqueniques, iam conversando com os seus respectivos professores sobre as coisas que mais os tinham impressionado e despertado o seu interesse. Conbinaram então, que quando chegassem novamente à escola, iriam fazer uma redacção sobre tudo o que haviam visto no Oceanário, a qual seria depois lida numa festa geral de fim de ano lectivo, com o objectivo de sensibilizar a todos os presentes para a necessidade de preservar a vida de todas as espécies do nosso maravilhoso planeta.
Após terminado o lanche, enquanto uns passeavam e outros brincavam, alguém descobriu um teleférico que percorria todo o espaço em volta daquele local e que acabou por fazer as delícias de miúdos e graúdos.
Como sempre acontece quando estamos muito felizes, o tempo nesse dia voou. Por isso, foi com grande surpresa que quando os professores e auxiliares começaram a reunir as crianças para o regresso, a Joaninha e o seu grupo de amiguinhas tiveram de acabar com o seu jogo de imitação de animais marinhos de que tanto estavam a gostar.
Depois de estarem novamente todos juntos, entraram noutro autocarro que os levou novamente em direcção ao aeroporto, onde embarcaram noutra aeronavve para fazerem a viagem de regresso. Já  a bordo do avião, as crianças foram brindadas com umas saborosas pipocas e umas apetitosas miniaturas de bolos que tão deliciosamente lhes souberam.
Quando ao fim desse dia, voltaram novamente ao portão da escola, os pais e amigos lá estavam à sua espera, ansiosos para escutarem o monte de novidades que eles traziam para contar-lhes. Foi entre beijos e abraços de satisfação, que a Joaninha e os restantes colegas foram recebidos por aqueles que tão ansiosamente os aguardavam.
Depois das despedidas da praxe, lá foram cada qual para as suas casas, com muitas coisas novas para conversarem e com a certeza de que aquele dia inesquecível, iria ficar por muitos e longos anos gravado numa das folhas mais bonitas do álbum de recordações da vida de cada um deles!



Sónia Queirós

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O Caminho Seguro do Amor!

Os tempos iam difíceis! Maria era uma jovem casada, mãe de uma pequenina de dois anos que embora encantadora, tinha tido logo desde os primeiros meses de nascida, algumas complicações sérias de saúde!
Como é natural, sendo aquela a primeira filha, por vezes surgiram alturas em que o desalento e as aflições se tornavam tão difíceis de suportar para a jovem mãe, que as lágrimas lhe pareciam ser o seu único alívio. Mas, os problemas de saúde da pequenita nem sequer eram tudo, pois a eles juntava-se também, o facto de quase todos os dias, o marido voltar aborrecido do trabalho para casa. E, umas vezes por umas razões, outras por outras, era difícil existir um momento em que o senhor Filipe tivesse paciência para cuidar da filhinha e dedicar um pouco de atenção à esposa.
Apesar de Maria fazer todos os esforços para descobrir a tão desejada felicidade conjugal, muitas vezes para sua grande tristeza, a sorte parecia não estar do seu lado. Em certas alturas, ele dizia-lhe que os culpados dos problemas dele eram os patrões, por causa das más condições de trabalho em que o “obrigavam” a desempenhar a sua profissão e que era por isso que andava sempre nervoso e fazia tantos disparates.
Como era uma pessoa de grande bondade, dotada de uma coragem e de uma fé que pareciam ser à prova de qualquer azar, Maria lá se esforçava por o compreender uma vez mais e, com o coração a transbordar-lhe de vida e esperança, fazia todos os possíveis, para dignificar o seu casamento! Aliás, de tal maneira queria ser bem sucedida nos seus planos, que sempre que escrevia cartas aos pais, dizia-lhes para não os fazer sofrer ainda mais, que era muito feliz.
Mas, houve um dia em que tudo desmoronou na vida de Maria! Logo que o marido chegou a casa, ela reparou que ele trazia cara “de poucos amigos” e que vinha muito zangado do trabalho. Embora não gostasse nada do que via, fez um esforço e lá foi como de costume, dar-lhe um beijinho de boas-vindas.
Com muita calma e paciência, reuniu todas as suas forças da melhor maneira que sabia e tentou que o marido lhe contasse o que se tinha passado no trabalho dele, para ele ter chegado a casa assim tão revoltado. Em poucas palavras, ele respondeu-lhe com modos bruscos e num tom de voz bastante alterado:
- Hoje discuti com um colega e acabei por o agredir. Ele garantiu-me que vai apresentar uma queixa contra mim e que isto não vai cair no esquecimento...
- O quê? E agora, o que é que pensas fazer, para tentar resolver esse problema da melhor maneira possível?
- Nada, não vou fazer nada. Então ele que apresente a tal queixa e depois há-de ver-se... E já teve muita sorte por outros colegas nos terem vindo separar...
Como se tivesse uma voz dentro do coração a segredar-lhe certas ideias, a jovem mãe foi ao berço buscar a pequenina que entretanto tinha começado a chorar e procurou acalmá-la da melhor maneira que sabia. A pouco-e-pouco, a bebé foi ficando sossegada e a tranquilidade foi regressando àquela casa, enquanto que lentamente, o tom das conversas ia voltando à naturalidade do costume.
Algumas semanas mais tarde, chegou uma carta importante do tribunal para o senhor Filipe. As notícias não eram nada animadoras e, como já era habitual, regressou ao mau-humor e azedume que o costumavam caracterizar, sempre que as coisas não lhe corriam de feição.
Após ter meditado longamente em tudo o que estava a acontecer-lhe, voltou-se para a esposa e disse-lhe:
- Maria, tomei uma decisão. Começa a preparar as coisas, pois no fim deste mês vamos deixar este maldito lugar e regressaremos à cidade onde vivem os nossos pais. Amanhã sem falta, vou dizer isso mesmo aos meus patrões e depois veremos...
- O quê? Tu ficaste doido? Então vamo-nos embora assim sem mais nem para quê?
- Maria não discutas comigo, não me faças perder a paciência! Já sabes muito bem que quando digo alguma coisa é para se cumprir...
- Mas tu nem emprego tens e indo para lá, vamos viver de quê? E aonde é que iremos morar?
- Depois vê-se, berrou-lhe com impaciência. No fim do mês saímos daqui e não se fala mais nesse assunto, fiz-me entender ou não?
A jovem não respondeu. Baixou os olhos e afastou-se para longe do marido, não fosse às vezes dar-se o caso de, ele começar a implicar por outra coisa qualquer e dar-lhe uma ou duas bofetadas, como já antes tinha acontecido...
Entre lágrimas e orações, com a bebé encostada ao peito, ia tentando encontrar uma resposta para tudo o que estava a acontecer-lhe, pois realmente, ela nem sabia muito bem o que havia de pensar de toda aquela situação. Mas, como já tinha compreendido que o marido era uma pessoa com um feitio difícil, achou melhor não argumentar mais e resolveu começar então a fazer os preparativos para a partida.
Nas semanas seguintes, o senhor Filipe tratou de pôr um anúncio no jornal para alugar aquela casa, vendeu as mobílias, os escassos electrodomésticos e outros bens que possuíam. Depois, escreveu às respectivas famílias para as informar da sua decisão e para ver se podiam ficar a viver na casa dos pais dele ou da esposa, até terem um sítio condigno para se instalarem.
Quando chegou o dia da partida, muitas vizinhas e amigas abraçaram Maria ternamente e garantiram-lhe que jamais a iriam esquecer a ela e à sua bébé. A seguir, pediram-lhe entre lágrimas que lhes escrevesse de vez em quando e, que se alguma vez ela voltasse àquela cidade, não deixasse de as ir visitar!
Como era uma pessoa bastante sensível, Maria ficou imensamente comovida com todas aquelas manifestações de apreço e carinho, pois ao longo dos três anos em que ali havia morado, tinha feito bonitas e sólidas amizades. Por isso, sem perder de vista os ponteiros do relógio, ia distribuindo como podia, abraços, beijos e palavras de alento e gratidão a todos os que a rodeavam.
Poucas semanas depois de ter regressado ao local onde nascera, começou a procurar um emprego, pois tinha uma filhinha pequena para criar. Para começar, dirigiu-se àquele que tinha sido o seu antigo local de trabalho, mas aí foi informada de que naquela altura, não havia lá lugar para ela. No entanto, prometeram-lhe que logo que houvesse uma vaga, não se esqueceriam dela e que a chamariam novamente.
Maria agradeceu e saiu decidida a não baixar os braços! Assim, sem nunca perder as esperanças, lá foi batendo a uma porta e a outra, até que ao cabo de algumas tentativas, conseguiu arranjar uma ocupação que lhe permitia ganhar um pequeno salário.
Ora uns meses depois de ter ido ao seu antigo local de trabalho, recebeu uma carta de lá, na qual era convocada para ir a uma entrevista, tal como lhe haviam prometido. Maria ficou radiante de alegria e, nessa noite ao dizer as suas orações, agradeceu muito a Deus-Pai pela nova oportunidade que acabava de ser-lhe concedida.
Aos poucos, as condições monetárias da jovem mãe tornaram-se mais animadoras. E certo dia, uma colega de trabalho falou-lhe de uma empresa de grande renome que estava a recrutar profissionais jovens para os seus quadros.
Como tinha consciência de que era uma boa profissional no seu ramo, Maria seguiu o conselho da colega e inscreveu-se para ir a uma entrevista. Poucos dias mais tarde, foi chamada como tinha previsto.
Ao princípio, tudo correu lindamente! A entrevistadora era uma pessoa muito simpática e de modos bastante afáveis, o que fez com que a jovem profissional se sentisse à-vontade para responder a todas as perguntas que ela lhe colocava. Mas, a certa altura da reunião, surgiu um imprevisto no qual Maria não havia pensado.
Com toda a calma, a entrevistadora disse-lhe em determinado momento:
- Pois muito bem, a senhora parece-me ser uma óptima profissional e considero que tem perfil para vir a trabalhar connosco. Mas, temos aqui um problema um tanto delicado para resolver. E mantendo sempre a afabilidade na voz, continuou:
- Creio que a senhora está grávida, não é assim?
- Sim, é realmente como diz, respondeu Maria de maneira solícita. Estou grávida de quase dois meses, mas qual a razão por que pergunta?
- Ora bem, pergunto porque a nossa empresa não admite mulheres grávidas e portanto, se quiser vir trabalhar connosco, terá de arranjar uma maneira de “livrar-se” desse problema.
Maria olhou-a profundamente nos olhos e perguntou calmamente:
- Deseja saber mais alguma coisa acerca das minhas competências profissionais?
- Não senhora Dona Maria, creio que por agora já tenho todos os elementos de que necessito.
- Então se me dá licença... A jovem ergueu-se respeitosamente, pegou nas suas coisas e saiu sem dizer mais uma palavra que fosse.
Os dias que se seguiram não foram nada fáceis para Maria. Embora não tivesse contado nada a ninguém do que se tinha passado naquela entrevista, desde aquele momento em diante, ela passou a viver num profundo dilema interior! Nas suas orações pedia fervorosamente a Nossa Senhora que a ajudasse, pois apesar de o dinheiro lhe fazer muita falta, uma vez que habitava com o marido num pequeno barraco sem as mínimas condições de higiene, conforto e bem-estar, não queria de maneira nenhuma fazer uma asneira da qual viesse a arrepender-se para o resto da vida!
Duas semanas depois daquele encontro, tomou uma decisão! Passando a mão ternamente pela sua barriga, que aos poucos, ia ficando cada vez mais visível e arredondada, disse muito baixinho para o bebé que nela trazia:
- Meu querido filho ou filha, bem sei que ainda és muito pequenino, mas quero que saibas que já te amo com todo o meu coração e que não há nada no mundo, nem ninguém que me faça mudar de ideias! Fica tranquila, que vou proteger-te e amar-te ao longo de todos os dias da minha vida e prometo que hei-de fazer por ti, tudo o que tenho feito pela tua irmãzinha!
Nessa noite ao jantar, muito embora não soubesse explicar bem porquê, o senhor Filipe achou que os olhos da esposa tinham um brilho e uma vivacidade ainda mais belos do que era costume. No rosto dela havia uma encantadora expressão de ternura e ele, sensibilizado pela delicadeza dos seus modos, a certa altura ajoelhou-se diante dela e beijando-lhe as mãos, pediu-lhe perdão por todas as vezes em que a tinha feito sofrer sem ela o merecer.
- Luz da minha vida, eu amo-te muito e estou certa de que Deus há-de ajudar-nos. Claro que temos de ser optimistas e acreditar que seremos capazes de melhorar o nosso futuro, o da nossa filhinha e o da criança que trago no ventre.
Quando começaram a soprar os primeiros ventos de Outono, Maria deu à luz uma linda bebé de faces muito rosadas e com uns olhos brilhantes e vivos como os do pai! De regresso à sua habitação humilde, enquanto contemplava o rosto do anjo que dormia tranquilamente no seu berço, lembrou-se de repente, daquela altura em que tinha ido à entrevista para o novo emprego e por momentos, uma nuvem ensombrou-lhe o semblante.
Mas, alguns segundos depois, recordou-se da altura em que tinha pedido auxílio a Nossa Senhora e um novo brilho surgiu no seu olhar! Fixou então longamente, a bonita imagem da Rainha do Céu que tinha em cima da sua cómoda e por instantes, teve a nítida impressão de sentir que Ela lhe sorria!
Com o coração a transbordar-lhe de alegria e gratidão, agradeceu comovida a Deus pelo facto de lhe ter concedido ser mãe de uma bebé tão bonita. A seguir, no silêncio do seu coração, falou-Lhe da satisfação que sentia por nos útimos meses, o marido se haver tornado mais compreensivo para ela e para a filhinha de três anos.
Por fim, deu-Lhe ainda muitas graças, por nas horas de maior desespero e aflição, sempre a ter incentivado a percorrer o caminho seguro do amor!


Sónia queirós.